Coração falhando à noite: devo me preocupar?

Muita gente chega ao consultório dizendo:

  • “Dra Poliana, parece que meu coração falha às vezes.”
  • “Sinto um tranco no peito quando vou deitar.”
  • “De madrugada, acordo com o coração batendo estranho.”

Essa sensação de “coração falhando” é muito comum e pode ter várias explicações. Na maioria das vezes, o que a pessoa percebe é:

  • batimentos extras (as famosas extrassístoles), que dão a sensação de “pulo” ou “tranco”;
  • uma pausa seguida de um batimento mais forte;
  • ou simplesmente uma percepção aumentada do próprio coração, principalmente em momentos de silêncio, deitados na cama.

Nem sempre isso significa uma doença grave, mas também não é algo para ser ignorado se está incomodando, atrapalhando o sono ou vindo acompanhado de outros sintomas.

Por que essa sensação aparece mais à noite?

Menos barulho, mais atenção ao corpo

 

Durante o dia, estamos cheios de estímulos: barulho, trabalho, celular, trânsito. À noite, quando deitamos, o ambiente fica silencioso e nosso foco vai todo para o corpo — aí percebemos batimentos que durante o dia passam despercebidos.

Mudança de posição e retorno venoso

Quando você se deita, muda a forma como o sangue volta ao coração. Isso pode alterar um pouco a frequência e a força dos batimentos, dando aquela sensação de “coração mais forte” ou de “batida diferente”.

Sistema nervoso e emoções

À noite, é muito comum que ansiedade, preocupações e pensamentos acelerados apareçam. A liberação de adrenalina e outros hormônios pode:

  • deixar o coração mais acelerado;
  • aumentar a percepção de cada batimento;
  • desencadear extra-sístoles ou palpitações.

Por isso, muitas vezes, “coração falhando à noite” é uma mistura de pequenas alterações do ritmo com ansiedade e hiperatenção ao corpo.

Causas mais comuns de “coração falhando à noite”

Você pode organizar em bullet points, deixando visualmente leve.

Situações geralmente benignas

  • Extra-sístoles (batimentos extras)
    Pequenos “descompassos” que a maioria das pessoas tem. Em corações estruturais normais, costumam ser benignas, embora possam ser incômodas e assustar.
  • Arritmia sinusal ou variação normal do ritmo
    Especialmente em pessoas jovens, atletas ou com bom condicionamento físico. O coração acelera e desacelera um pouco com a respiração – isso é fisiológico.
  • Ansiedade, estresse e crises de pânico
    Aumentam a frequência cardíaca, podem causar sensação de aperto no peito, falta de ar e a percepção de que o coração está “errando batidas”.
  • Consumo de estimulantes ao longo do dia
    Cafeína (café, chá, refrigerantes, energéticos), cigarro, bebidas alcoólicas e até alguns medicamentos podem favorecer palpitações à noite.

Nem tudo é grave, mas tudo que te preocupa merece ser ouvido e esclarecido.

Situações que merecem mais atenção

  • Arritmias mais significativas, como taquicardias supraventriculares, fibrilação atrial ou taquicardias ventriculares (especialmente se o paciente já tem doença cardíaca conhecida).
  • Problemas estruturais do coração, como cardiomiopatias, sequelas de infarto, doenças de válvula.
  • Doenças da tireoide (hipertireoidismo), que podem causar palpitações e batimentos acelerados.
  • Distúrbios eletrolíticos, uso de algumas medicações ou drogas ilícitas.

Nem toda arritmia é grave, mas algumas podem aumentar o risco de AVC ou de outras complicações. Por isso é importante investigar, principalmente quando os sintomas se repetem.

Sinais de alerta: quando procurar atendimento com urgência

Se, junto com a sensação de “coração falhando”, você percebe:

  • dor no peito ou aperto intenso;
  • falta de ar importante ou sensação de desmaio;
  • desmaio de fato (síncope);
  • sudorese fria, mal-estar súbito intenso;
  • palpitações muito rápidas e sustentadas, que não passam,

procure atendimento de urgência imediatamente.

Mesmo sendo especialista em arritmia, eu prefiro pecar pelo excesso de cuidado. Se algo está muito diferente do seu normal e te assusta, é melhor ser avaliado.

Como o cardiologista especialista em arritmias investiga esses sintomas?

História clínica e exame físico

  • Quando começou?
  • Acontece só à noite ou também durante o dia?
  • Quanto tempo dura?
  • Tem fatores desencadeantes (café, álcool, exercício, estresse)?
  • Há outras doenças associadas (hipertensão, cardiopatia, tireoide, uso de remédios)?

Exames que podem ser solicitados

  • Eletrocardiograma – fotografia rápida do ritmo do coração naquele momento.
  • Holter 24h ou 48h – gravação contínua dos batimentos ao longo do dia e da noite.
  • Monitor de eventos ou looper – para casos em que as palpitações são mais esporádicas.
  • Ecocardiograma – avalia a estrutura e a função do coração.
  • Exames de sangue – para avaliar hormônios da tireoide, eletrólitos, anemia etc.

Como cardiologista especializada em arritmias, o meu foco é cruzar o que você sente com o que aparece nos exames, para identificar que tipo de arritmia é – porque cada arritmia tem ‘nome e sobrenome’ e um tratamento adequado, clique aqui para ler mais.

Tratamento: sempre vai precisar de remédio?

  • Em muitas pessoas, principalmente quando os exames mostram um coração estruturalmente normal, o tratamento pode incluir:
    • ajustes de estilo de vida (sono, estresse, cafeína, álcool);
    • manejo de ansiedade (terapia, respiração, atividade física);
    • observação clínica, sem necessidade de medicamento contínuo.
  • Em outros casos, quando há arritmias bem definidas, o tratamento pode envolver:
    • medicações específicas (betabloqueadores, antiarrítmicos);
    • ablação por cateter em arritmias selecionadas;
    • marcapasso ou CDI, quando existe bradicardia significativa ou risco aumentado de arritmias graves.

Não existe um tratamento único para ‘coração falhando’. O que existe é a melhor estratégia para o seu coração, baseada em exames e na sua história.

O que você pode observar em casa antes da consulta

Anote e leve para a consulta:

  • horário em que sente o coração “falhar”;
  • o que estava fazendo antes (deitou, levantou, teve emoção forte, tomou café ou álcool);
  • se vem acompanhado de falta de ar, dor no peito, tontura ou quase desmaio;
  • se melhora sozinho e em quanto tempo.

Se você tiver smartwatch ou monitor de frequência cardíaca (pode ser do aparelho de pressão!), anote também:

  • frequência aproximada na crise;
  • se o relógio marcou algum alerta de ritmo irregular (sem gerar pânico, só como dado a ser levado à consulta).

Então… coração falhando à noite: devo me preocupar?

Sentir o coração “falhando”, “pulando” ou “dando trancos” à noite é algo que assusta – e eu entendo totalmente.

A boa notícia é que, muitas vezes, isso está ligado a arritmias benignas, variações normais do ritmo ou até à ansiedade.

Mas, justamente porque algumas arritmias podem estar por trás desses sintomas e porque cada coração conta uma história diferente, vale a pena investigar com calma, com um especialista em arritmia.

Você não precisa conviver com medo todas as noites, tentando adivinhar se é algo grave ou não. Esse é exatamente o tipo de dúvida que eu posso te ajudar a resolver.

Agende uma consulta comigo.

Se você sente que o coração “falha” ou “bate estranho” à noite com frequência, eu posso te ajudar a entender o que está acontecendo.

📍 Atendo no Rio de Janeiro, em Ipanema, Botafogo e Barra da Tijuca, com foco em arritmias cardíacas, palpitações e desmaios.

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Dra. Poliana Stroligo Dias
Cardiologia e Arritmias – CRM 52.111021-7, RQE 40571, RQE 46461
Este texto tem caráter informativo e não substitui uma consulta médica.

Poliana Stroligo

Sou médica pela UFRJ, com residência em Clínica Médica também pela UFRJ e em Cardiologia pela UERJ. Sou especialista em arritmias cardíacas com foco em síncopes (desmaios), com residência em Eletrofisiologia na UFRJ.