Por que desmaios devem ser investigados por um cardiologista?

Desmaios repentinos: por que você precisa se consultar com um cardiologista?

Não tenho dúvidas de que você ou algum conhecido já desmaiou. A síncope, ou o desmaio, é um sintoma comum e uma das principais causas de ida à emergência. Ela pode ser provocada por diversas doenças, inclusive graves e com potencial risco de óbito. Por isso, é sempre importante a avaliação por um cardiologista.

A principal causa de desmaio é a síncope vasovagal. Ela acontece por um reflexo do corpo, que em algumas situações é exacerbado ou atenuado. Como consequência, há queda da pressão arterial, da frequência cardíaca ou dos dois. Isso reduz a chegada de sangue ao cérebro e, por isso, acontece a perda de consciência, que é transitória, rápida e de recuperação completa.

O que é a síncope?

A síncope vasovagal é muito comum em jovens e, depois, volta a ocorrer mais frequentemente na terceira idade. Como é um reflexo, não representa gravidade; a maior preocupação são os traumas que podem ocorrer com a perda de consciência e a queda.

Na grande maioria das vezes, há uma situação que provoca o desmaio. Os mais comuns são calor intenso, muito tempo na posição de pé, desidratação, dor forte etc. Também pode acontecer a síncope situacional, como durante procedimentos médicos (retirada de sangue, vacina) e até com a evacuação.

Geralmente há sintomas precedendo o desmaio, como visão turva, sudorese fria, náusea, sensação de calor, palidez etc. Nós chamamos esses sintomas de pródromos e a sua presença indica que provavelmente a causa da síncope é o reflexo vasovagal.

Como identificar e qual o tratamento?

O diagnóstico é clínico, ou seja, com a história do que aconteceu e exame físico. O cardiologista pode avaliar se são necessários mais exames. Um exame chamado Tilt Test pode ser interessante, e falaremos dele em outra oportunidade.

O pilar do tratamento são medidas gerais, como aumento de ingestão de líquidos, uso de meia elástica, aumento do consumo de sal (se não houver contraindicação), evitar situações de gatilho etc. Essas medidas resolvem a maioria dos casos. Quando há recorrência mesmo assim, podem ser indicados procedimentos invasivos, como implante de marca-passo ou cardioneuroablação. Mas essas situações são de exceção!

Se você já passou por isso, marque uma consulta para que eu possa te avaliar, identificar o teu diagnóstico e propor melhor tratamento para você.