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Arritmia tem nome e sobrenome: Entenda os tipos e cuide melhor do seu coração
- 16 de Julho, 2025
Olá! Sou a Dra. Poliana, médica cardiologista, especialista em arritmias, e quero conversar com você sobre algo que vejo todos os dias no consultório. Quando um paciente recebe o diagnóstico de “arritmia”, é comum que venha um misto de alívio por ter um nome para o que sente e de preocupação, afinal essa é uma patologia que costuma assustar.
Mas a verdade é que “arritmia” é apenas o primeiro nome. Para um cuidado eficaz e seguro, precisamos descobrir o sobrenome dela, ou seja, saber sua classificação, causas, riscos e tratamentos próprios.
Pense assim: dizer que tem “arritmia” é como dizer que tem “dor”. Dor de quê? Onde? Como? Sem os detalhes, o tratamento fica no escuro.
Vamos acender essa luz juntos.
O que é, afinal, a arritmia cardíaca?
De forma simples, arritmia cardíaca é qualquer alteração no ritmo elétrico normal do seu coração. Ele pode bater mais rápido que o normal (taquicardia), mais devagar (bradicardia) ou de forma totalmente irregular e caótica.
O ponto principal é: existem dezenas de tipos de arritmia. E elas são muito diferentes entre si.
Por que insistimos tanto em saber o “sobrenome” da sua arritmia?
Saber exatamente qual é o seu tipo de arritmia não é um detalhe médico, é o mapa que guia todo o seu tratamento. No meu dia a dia, vejo como essa informação transforma a vida dos pacientes. Veja por quê:
- Tratamento individualizado e eficaz: Cada arritmia responde a uma abordagem diferente. Algumas exigem apenas mudanças no estilo de vida, outras precisam de medicamentos específicos, e algumas podem ser resolvidas com procedimentos como a ablação. Sem o diagnóstico preciso, corremos o risco de usar a ferramenta errada.
- Avaliação real dos riscos: Algumas arritmias, como as extrassístoles isoladas, são muitas vezes benignas. Já outras, como a Fibrilação Atrial, aumentam significativamente o risco de um AVC. Saber o tipo da sua arritmia nos permite focar na prevenção do que realmente importa.
- Uso seguro dos medicamentos: Entender por que você toma cada remédio traz segurança e melhora a adesão. Um betabloqueador para controlar a frequência não tem o mesmo papel que um anticoagulante para prevenir coágulos. Essa clareza faz toda a diferença.
- Compreensão dos seus sintomas: Quando você entende sua condição, passa a reconhecer os gatilhos, os sinais de alerta e sabe exatamente o que comunicar ao seu médico. Você se torna um parceiro ativo no seu cuidado.
Os principais tipos de arritmia cardíaca (e seus "sobrenomes")
Como sua médica, quero que você se sinta seguro e bem-informado. Se você ainda não tem certeza do nome completo da sua arritmia, a primeira tarefa é perguntar ao seu cardiologista. Anote, pesquise em fontes confiáveis e se aproprie dessa informação.
Para te ajudar a começar, aqui estão alguns dos nomes de arritmias mais comuns:
- Extrassístoles Supraventriculares: Batimentos extras que nascem na parte de cima do coração (átrios). Geralmente são benignos, mas podem causar a sensação de “falha” no peito.
- Extrassístoles Ventriculares: Batimentos extras que vêm da parte de baixo do coração (ventrículos). Também podem ser inofensivos, mas, dependendo da quantidade e do contexto, podem indicar um problema maior.
- Fibrilação Atrial (FA): Uma das mais importantes. Os átrios tremem de forma caótica e rápida. É uma das principais causas de AVC, por isso seu tratamento é crucial.
- Flutter Atrial: Um ritmo rápido e regular, também originado nos átrios, como se fosse um “primo” mais organizado da Fibrilação Atrial.
- Taquicardia Paroxística Supraventricular (TPSV): Crises de coração acelerado que começam e terminam de forma súbita. Geralmente não é perigosa, mas pode ser muito assustadora.
- Taquicardia Ventricular: Ritmo acelerado que nasce nos ventrículos. É uma arritmia potencialmente grave que exige investigação e tratamento imediatos.
- Bradicardia: O famoso “coração lento”. Quando a frequência cardíaca é muito baixa, pode causar tonturas, cansaço excessivo e até desmaios.
- Bloqueios Atrioventriculares (BAV): Uma falha na comunicação elétrica entre os átrios e os ventrículos. Dependendo do grau, pode não causar sintomas ou exigir o implante de um marca-passo.
Medicamentos para arritmia: chega de tomar remédio sem saber por quê!
“Dra. Poliana, para que serve este remédio?” — essa é uma das melhores perguntas que um paciente pode fazer. Se você toma algum medicamento para arritmia, precisa saber seu objetivo:
- Betabloqueadores: Usados para “acalmar” o coração e reduzir a frequência cardíaca. São um remédio para coração acelerado muito comum.
- Antiarrítmicos (amiodarona, propafenona): Atuam diretamente no sistema elétrico do coração para reverter ou prevenir uma arritmia.
- Anticoagulantes (rivaroxabana, apixabana, etc.): Essenciais na Fibrilação Atrial. Eles não tratam a arritmia, mas “afinam” o sangue para prevenir a formação de coágulos e, consequentemente, o AVC.
- Marca-passo: Não é um remédio, mas um dispositivo implantado para corrigir bradicardias e bloqueios graves, garantindo que o coração não fique lento demais.
E a pergunta de ouro: arritmia cardíaca tem cura?
Muitas arritmias, como a TPSV ou o Flutter Atrial, podem ser curadas com um procedimento chamado ablação, que cauteriza os focos da arritmia. Outras, como a Fibrilação Atrial, muitas vezes não têm uma cura definitiva, mas têm um controle excelente que permite ao paciente viver uma vida normal e segura.
O mais importante é saber que, para quase toda arritmia, existe uma forma de controle e tratamento eficaz.
Conclusão: Conhecimento é o melhor remédio para o seu coração
Como cardiologista especialista em arritmia, minha missão é garantir que você não saia do consultório apenas com uma receita, mas com o conhecimento necessário para cuidar bem de si mesmo.
Não tenha medo nem vergonha de perguntar. Anote o nome e o sobrenome da sua arritmia. Entenda o seu tratamento. Lembre-se: arritmia não é um diagnóstico final, é o ponto de partida para uma investigação que vai te devolver qualidade de vida e segurança.
Cuidar do seu coração começa por conhecê-lo de verdade.
Precisa de ajuda para descobrir o nome da sua arritmia? Se você recebeu esse diagnóstico, tem dúvidas sobre seu tratamento ou busca uma segunda opinião especializada, estou aqui para conversar. Cuidar do ritmo do seu coração é a minha especialidade.
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Este texto tem caráter informativo e não substitui a consulta médica. Sempre procure a Dra Poliana para diagnóstico e tratamento adequados de condições cardíacas.

Poliana Stroligo
Sou médica pela UFRJ, com residência em Clínica Médica também pela UFRJ e em Cardiologia pela UERJ. Sou especialista em arritmias cardíacas com foco em síncopes (desmaios), com residência em Eletrofisiologia na UFRJ.
Dra. Poliana Stroligo
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